sexta-feira, 14 de junho de 2013

Incertezas


Comecei este blog como se começa um diário. Não tenho com quem conversar o que está escondido no coração e que não pode ser visto no rosto. Às vezes, o dia a dia denuncia. Nem sempre é possível disfarçar a dor que se sente, a inquietação, a angústia, a dor de não se sentir amada ou mesmo de não saber amar... Mas, a aparência não é o bastante para denunciar os sentimentos. Talvez escrever seja bom e ajude a superar esta fase diferente da vida. Nos últimos dias, o trabalho funciona como analgésico, pouco produtivo, dada a lentidão causada pelo pesar. Penso mais no passado e como poderia ter sido. Se me arrependi das escolhas que fiz, não sei ao certo. Como seria hoje, se o ontem tivesse sido diferente? Essa pergunta tem alimentado meus devaneios. Vi pessoas sofrerem de amor, quando jovens, comigo é diferente. Sofro hoje, quando a juventude já se foi. Quando parece tarde demais para recomeçar. Como uma fruta que atinge o estágio de maturação em que não pode mais ser sustentada pelo caule e cai, esborrachando-se no chão. De repente, o que se vê da vida não parece mais tão belo. Não sei como vou superar este momento, nem se irei superar. Não sei se um dia poderei olhar para estas postagens e rir delas, como de um mal superado. O dia de amanhã dirá.

 

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Nada como um dia após o outro?

Nada como um dia após o outro. Dizia a sabedoria popular. Mas, o que é um dia após o outro quando antes se podia ser e hoje não se pode mais? Quando antes se sabia ser e hoje não se sabe mais? Quando antes, viver o amor era tão fácil e hoje está tão complicado? Dura realidade. Duras emoções. Duras indefinições. Sim. Indefinições. Por que os dias após os outros têm me deixado perdida, zonza, desconhecida, desaparecida. O céu está mais distante. Eu estou distante de mim. Mas onde estou? Onde está o amor que pensei estar perto de mim?! Onde foi parar? Por que não consigo alcançá-lo mesmo quando penso tê-lo tão perto? Não é fácil compreender. Ser compreendido. Não é fácil valorizar. Ser valorizado. Não é fácil respeitar. Ser respeitado. Não é fácil dar importância. Ser importante. Sentir esta importância. São tantas as subjetividades. Não se pode mergulhar em todas. Nos dias de antes, pensava poder mergulhar em uma ao menos e nadar em águas tranquilas, conhecidas, refrescantes. Nos dias após, as águas não são mais tranquilas, conhecidas, tampouco refrescantes. Não consigo nadar. Machuca. Dói o coração. As águas não se encontram, não desembocam juntas no mar. Onde está o amor que pensei estar perto de mim?! Onde foi parar?